Quando se fala em Barbie vem-nos à cabeça, automaticamente, a imagem de uma boneca loira, alta e de cintura fina. Desde 1959, data da sua criação, que assim é. Foi-se modernizando com o passar dos anos, mas estas características sempre lhe foram fortemente associadas. Até esta semana.
Pois é. A Mattel decidiu, e bem, expandir a imagem-padrão da Barbie. Assim, apresenta-nos uma gama variada de bonecas com as quais qualquer criança (e adulto) se pode identificar.
Surge uma boneca que representa de uma forma mais fiel o que são os corpos reais.
Como se pode ver na imagem, surge uma boneca de estatura mais baixa do que a da Barbie original e, de seguida, uma bem mais alta. Na minha opinião, a que mais vem revolucionar é a terceira, que apresenta um corpo cheio de curvas, com o quadril largo ao estilo Kim Kardashian, e as pernas mais cheias.
A Barbie é uma boneca para crianças, apesar de existirem muitos adultos que as coleccionam. Mas as crianças e a sua percepção são o alvo principal nesta conversa. Os mais pequenos são altamente influenciados por aquilo que observam. Para quê limitá-los, de certa forma, a um só biótipo? Quando fora do mundo dos brinquedos existem pessoas com características tão diferentes entre si? É importante ensinar logo na infância que as diferenças existem e que são algo natural. Claro que a criação desta três bonecas não vai evitar os estereótipos que já estão tão enraizados na sociedade, mas demonstram que a mentalidade das grandes marcas/empresas está a mudar. E isso é um ponto positivo.
A par disso, e de forma a complementar este mesmo assunto, a Lego lançou esta semana o seu primeiro boneco portador de deficiência. Mais especificamente, trata-se de uma figura em cadeira de rodas, que simboliza as mais de 150 milhões de crianças a nível mundial com alguma deficiência. Com estes dois lançamentos acredito que as crianças se vão identificar mais facilmente com os seus brinquedos e ficar mais receptivas à diferença, que a todos nos caracteriza. Está lançada a semente que promove a aceitação. Não só a aceitação do outro, como a auto-aceitação do nosso corpo e de quem somos.