31 janeiro, 2016

Brinquedos reais

Quando se fala em Barbie vem-nos à cabeça, automaticamente, a imagem de uma boneca loira, alta e de cintura fina. Desde 1959, data da sua criação, que assim é. Foi-se modernizando com o passar dos anos, mas estas características sempre lhe foram fortemente associadas. Até esta semana. 
Pois é. A Mattel decidiu, e bem, expandir a imagem-padrão da Barbie. Assim, apresenta-nos uma gama variada de bonecas com as quais qualquer criança (e adulto) se pode identificar. 
Surge uma boneca que representa de uma forma mais fiel o que são os corpos reais. 


Como se pode ver na imagem, surge uma boneca de estatura mais baixa do que a da Barbie original e, de seguida, uma bem mais alta. Na minha opinião, a que mais vem revolucionar é a terceira, que apresenta um corpo cheio de curvas, com o quadril largo ao estilo Kim Kardashian, e as pernas mais cheias. 

A Barbie é uma boneca para crianças, apesar de existirem muitos adultos que as coleccionam. Mas as crianças e a sua percepção são o alvo principal nesta conversa. Os mais pequenos são altamente influenciados por aquilo que observam. Para quê limitá-los, de certa forma, a um só biótipo? Quando fora do mundo dos brinquedos existem pessoas com características tão diferentes entre si? É importante ensinar logo na infância que as diferenças existem e que são algo natural. Claro que a criação desta três bonecas não vai evitar os estereótipos que já estão tão enraizados na sociedade, mas demonstram que a mentalidade das grandes marcas/empresas está a mudar. E isso é um ponto positivo. 

A par disso, e de forma a complementar este mesmo assunto, a Lego lançou esta semana o seu primeiro boneco portador de deficiência. Mais especificamente, trata-se de uma figura em cadeira de rodas, que simboliza as mais de 150 milhões de crianças a nível mundial com alguma deficiência. Com estes dois lançamentos acredito que as crianças se vão identificar mais facilmente com os seus brinquedos e ficar mais receptivas à diferença, que a todos nos caracteriza. Está lançada a semente que promove a aceitação. Não só a aceitação do outro, como a auto-aceitação do nosso corpo e de quem somos.

29 janeiro, 2016

O propósito do blog

Quem leia as minhas publicações poderá pensar que sou novata neste mundo dos blogs. Bem, nem tanto assim. Se bem me recordo comecei o meu primeiro blog aos quinze anos, ou seja, por volta de 2006. Tinha uma escrita que hoje, dez anos depois, considero um pouco infantil, mas já recorria muito a metáforas e os meus textos estavam carregados de sentimento. As minhas primeiras grandes paixões foram sempre inspiradoras. Por isso, tudo o que eu sentia era transformado em palavras e publicado no blog. Muitas vezes o conteúdo era tão pessoal que a minha página era privada e só eu conseguia ler. O mais engraçado é que hoje tenho grandes momentos da minha vida registados e posso reler sempre que quiser. Acho muito construtivo analisar como pensava na altura, a maneira como escrevia... e perceber em que é que mudei. Perceber de que modo evoluí e em que aspectos continuo a mesma Paula de há dez anos. Cheguei a manter a minha rotina com o blog durante cinco anos. Às vezes mudava o nome ou dava pausas mais ou menos longas. Mas acabava sempre por voltar a escrever. Pelos vistos, até hoje. 

Venho dar veracidade à frase «volta-se sempre ao que se ama». Aqui estou eu com um blog recém-nascido. Mas como já perceberam, não sou propriamente uma 'blogger' de primeira-viagem. 
Luz e Poeira - o blog foi baptizado em janeiro de 2016. Não posso dizer que fosse algo que estivesse nos meus planos para este ano, mas foi uma vontade que surgiu. E eu aproveitei-me disso e tornei em realidade. O nome surgiu com base na minha admiração pelo universo e todo o seu esplendor. Galáxias, poeira interestelar, planetas... No fundo, tudo se resume a um conjunto de matéria, de luz e poeiras. E assim somos nós também. Às vezes parece tudo tão claro, outras temos uma espécie de poeira no nosso ângulo de visão e não sabemos por onde seguir. 
O que pretendo é que este seja um blog despretensioso, que reflicta a minha maneira de estar e pensar. Um sítio em que tanto posso escrever sobre política, como sobre atividade física, decoração, livros ou filmes. É o meu pequeno mundo virtual e a regra é ser o mais transparente e coerente possível comigo mesma.


Outro dos motivos que me levou não só a criar, mas a querer alimentar o Luz e Poeira é querer escrever. Sim, quero continuar a escrever. A minha mãe sempre me diz que «se não praticas, perdes a capacidade». E eu acredito plenamente nas palavras dela. E sei que há consequências se eu for, aos poucos, abandonando algo que me faz tão feliz. As palavras significam muito para mim. Expressar-me através da escrita, também. Desde pequena que escrevia no meu pequeno diário perfumado, as minhas composições eram lidas pelos professores na escola, devorava livros (hábito que também quero retomar)...  E depois tomei a minha decisão. Queria fazer das palavras o meu trabalho. Por isso estudei Comunicação Social, na ESE de Coimbra, e segui o ramo de Jornalismo e Informação. O curso correspondeu  às minhas expectativas e a cada semestre percebia que tinha feito a escolha acertada. Sempre fui tímida, mas o contacto com as fontes tornou-me mais comunicativa e desinibida. Deixei de gostar só da comunicação escrita e passei também a valorizar a comunicação interpessoal. 
No último semestre do terceiro ano escolhi o jornal Diário de Notícias para estagiar. Mais uma vez optei pelo jornalismo de imprensa, o mais tradicional. Mas sobre este tema falarei mais tarde.

Atualmente não trabalho na área em que me especializei, mas a comunicação continua viva em mim. Sei que a minha oportunidade vai chegar. Até lá, quero fazer o que gosto, por gosto. Treinar a escrita, desenvolver o raciocínio, e partilhar as minhas ideias. Se alguém se identificar com o que escrevo, seja muito bem-vindo ao meu blog. Caso contrário, agradeço a visita e respeito todo o tipo de opiniões. 

É tudo por hoje. 
E não se esqueçam:
Façam o que mais gostem!

27 janeiro, 2016

Em Roma, sê iraniano...?

Ao que parece o Presidente Iraniano, de nome Hassan Rouhani, está a fazer a sua primeira visita oficial à Europa. E já deu que falar na imprensa e redes sociais. Tudo porque, em Roma, e numa visita aos Museus Capitolinos, as estátuas de mulheres nuas foram tapadas com painéis. Muitos estarão a pensar qual a finalidade de se ocultar este património centenário, quando é exactamente pela sua cultura que Itália é eleita, tantas vezes, como destino. A justificação para esta atitude, tomada pelo primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, está em não causar constrangimentos ou ofensas ao presidente iraniano. 
Certo é que já choveram críticas por parte do povo italiano e da oposição partidária de Renzi. E, no geral, um pouco por todo o lado são visíveis comentários a esta "submissão europeia".


Foto: AFP 2016/Filippo Monteforte
Foto: Giuseppe Lami/ANSA/AP

Vejamos. É importante existir uma relação de respeito entre líderes de diferentes países? Claramente
que sim. Acho de louvar a boa comunicação e o  respeito por diferentes culturas e ideais. Hassan Rouhani veio a Itália para fechar negócios de vários milhões de euros, mas para isso não é preciso que Renzi "venda" também a identidade cultural de um país. 

Compreendo que o ADN da Europa Ocidental e do Médio Oriente seja completamente diferente, contudo penso que é inadmissível, nos dias de hoje, a anulação da nossa história para que não se firam susceptibilidades de terceiros! Deve existir tolerância e respeito. Mas esse respeito deve ser mútuo. Qualquer estrangeiro que se desloque ao Oriente está sujeito às regras e à cultura que por lá imperam. Se alguém nos visita (refiro-me à Europa) por que motivo não aceita igualmente a nossa arte, os nossos costumes?

No final de contas estamos a falar de História. De um património do qual sentimos orgulho e que jamais deveria ser escondido desta ou de outra forma. 
Só posso afirmar que a cultura é a identidade de um povo. E eu, sinceramente, não gostava de ver seja que povo for a vergar-se ou a moldar-se aos seus visitantes. 

05 janeiro, 2016

2016 e a Magia de Acreditar...

Empolgada. É essa a palavra que me define desde que se iniciou este novo ano. Tenho tantos projectos, neste momento, a serem construídos na minha mente! A cada dia a minha vontade em concretizá-los é renovada e a minha imaginação encarrega-se de me brindar com novos pormenores. Como é incrível sonhar e acreditar, de forma tão convicta, que os nossos desejos vão ser uma realidade visível e palpável. Vamos senti-los ainda mais intensamente quando forem reais. Até lá, há toda esta incubação do sonho. 
Primeiro uma ideia fugaz na qual até podemos não colocar grande importância.
Depois, um pensamento contínuo que vai ganhando contornos e se transforma num sonho.
Mas não acaba aí... um sonho não pode ser apenas isso. Um sonho é a raíz de uma planta, somente.
Há que acreditar nele, alimentá-lo, carregá-lo com boas energias e, claro, tomar atitudes para que ele se torne finalmente real. Quando o sonho vira realidade é quando aquela planta floresce finalmente!

Sabem quando temos um feeling? Eu estou com um para este ano. Tenho a certeza que vou fazer algumas das coisas com que sempre sonhei. E tenho cá para mim que os meus medos se vão evaporar. É disto que me tenho apercebido: quando queremos mesmo atingir algum objetivo, todas as dúvidas ou medos se dissipam. A pessoa fica apenas focada no que quer. É surpreendente como o cérebro humano funciona. 

Como já dizia António Gedeão, "o sonho comanda a vida". Esta frase continua a ser tão intemporal... O sonho é, realmente, o nosso motor, a vontade que nos faz continuar.
Como é belo projectar, programar, imaginar... Pode não dar certo? Pode.
Mas é aquele o nosso propósito. Às vezes o mais importante não é propriamente o destino final, mas a capacidade que um sonho tem de nos mover! É a vida em movimento. É pura magia!



E depois o mais importante: A Gratidão. Agradecer muito por tudo o que temos! Agradecer pelo que ainda vamos ter ao longo do próximo ano, da vida. Há quem guarde os sonhos só para si, há quem os conte a meio mundo... Isso depende da maneira de ser de cada um. Eu prefiro partilhá-los com quem me é mais próximo e com quem faz parte deles! Desta forma sinto que não sou a única a sonhar... esse meu desejo passa a ser partilhado e começa a ser alimentado por mais uma ou duas pessoas. Vai ganhando  força, forma, vida!

Que seja um ano fantástico e brilhante para todos nós!