Esta semana estive em Sintra, local que tem o poder de nos transportar para um ambiente histórico/romântico. Sempre que visito Sintra e caminho por entre as ruelas estreitas e inclinadas lembro-me do clássico de Eça de Queirós (Os Maias), principalmente quando passo pelo Lawrence's e pela Piriquita, com as suas famosas queijadas. Não é de admirar que Sintra seja o cenário eleito para protagonizar tantas obras, é rico em monumentos históricos e possui uma beleza natural de cortar a respiração. Custa a acreditar que esta vila idílica fique a escassos 24 km de Lisboa. São duas realidades contrastantes. E a verdade é que Sintra é um lugar que me transmite paz e serenidade. Reúne elementos naturais, como a serra e os parques verdejantes, e as obras portentosas que o ser humano consegue projectar e construir.
Fiz questão de visitar pela primeira vez o Palácio da Pena, e aproveitei a estadia para voltar à Quinta da Regaleira. Como tenho uma grande tendência para me alongar nestes assuntos, resolvi descrever neste post a minha visita ao Palácio da Pena. Mais tarde relatarei o meu percurso à Quinta.
Assim sendo, que comece a visita!
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| www.parquesdesintra.pt |
Do centro da vila avista-se o Palácio, situado no topo da serra de Sintra, recortando a paisagem com as suas torres e abóbadas. Mas o que a vista alcança facilmente não se traduz numa proximidade assim tão óbvia. Por isso, há todo um caminho íngreme e cheio de curvas, serra acima, até se chegar ao Palácio. Eu desloquei-me de carro, que é o meio mais adequado, dado a distância e o tipo de trajecto. Pelo que percebi há sempre táxis disponíveis e autocarros turísticos, mas mesmo assim há pessoas aventureiras (ou com pouca noção da distância) que se atreviam a iniciar uma caminhada até ao Palácio, o que não aconselho. Até hoje penso o que terão decidido: desistiram e voltaram para trás? Continuaram em frente ou conseguiram a boleia que estavam a pedir?
O preço do bilhete ronda os 15 euros na época alta, que se inicia em março e vai até outubro. Há a possibilidade de fazer visitas guiadas e de ir de autocarro até à entrada do monumento, com custos acrescidos. Eu resolvi ir a pé. A caminhada entre a bilheteira e a entrada do Palácio demora cerca de dez minutos e é inclinada. Mas a pessoa tem oportunidade de passar pelos jardins, constituídos por variadas espécies de plantas e árvores, o que confere um misticismo ainda maior ao local.
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| fotografia: Paula Cabaço |
Quando finalmente se chega, a sensação é de alívio e de deslumbramento. As cores, a grandiosidade, a arquitectura, é o que cria mais impacto ao visitante. Havia um grande aglomerado de turistas, muitos deles chineses e italianos, que exploravam cada recanto avidamente, assim como eu. Haja máquinas fotográficas e telemóveis em punho, prontos a captar o "Tritão", as muralhas, ou o quarto do rei. Atenção, só é permitido tirar fotografias sem flash! E preparem-se para o vento! É uma constante, dada a localização e a altitude.
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| fotografia: Paula Cabaço |
Há a oportunidade de conhecer o interior do Palácio. Desde o salão Nobre, passando pela sala dos Veados, pela cozinha, e terminando nos aposentos do Rei. É incrível observar o luxo e requinte adequado à época e pensar que a nobreza ali habitava. Dei comigo a imaginar como seria a vida dentro do Palácio, como se relacionavam, como seriam as festas, os passeios a cavalo, a leitura e a escrita, a própria rotina dos criados, e a personalidade dos reis.
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| www.liveportugal.pt |
O Palácio da Pena está inserido na Paisagem Cultural de Sintra, considerada Património Mundial pela UNESCO (1995) e foi distinguido como uma das Sete Maravilhas de Portugal (2007).
Por incrível que pareça, o Palácio começou por ser uma capela em honra de Nossa Senhora da Pena, e depois um convento de monges.
Em 1838, D. Fernando II adquiriu o convento, que se encontrava devoluto devido à extinção das ordens religiosas e iniciou o processo de restauração, juntamente com o arquitecto Barão de Eschwege. Mais tarde, o Palácio foi adquirido pelo Estado Português e convertido em museu, aquando da Proclamação da República Portuguesa (1910).
Assim, no topo da serra de Sintra, por entre os rochedos, surge um Palácio de arquitectura romântica, que mistura diversos estilos, e que todos os anos atrai milhares de visitantes.










É isso mesmo, resumiste tudo na primeira frase, Sintra tem o poder de nos transportar para uma outra realidade paralela à nossa, romântica, bela. E está tão perto! Adoro ir a Sintra e quero muito voltar. O Palácio da Pena nunca foi dos meus sítios favoritos aí. Ainda que goste, prefiro a Quinta da Regaleira, o Convento dos Capuchos e o Palácio de Monserrate - talvez por terem menos gente. E o Castelo dos Mouros também é um máximo, mas em conjunto com a Pena são os que menos gosto. Aos outros voltaria vezes sem conta!
ResponderEliminarGostei do post :) O cantinho é recente mas já gosto do que vejo!
Aonde (não) estou | blog
Olá! Estou a ver que conheces Sintra muito bem. Já visitei a Quinta da Regaleira duas vezes e também é dos meus locais preferidos, sem dúvida. Já os outros que referiste ainda não tive oportunidade de visitar, mas já ouvi falar muito acerca.
ResponderEliminarObrigada pelo teu comentário :) Beijinhos