21 março, 2016

Como surgiu o meu livro de poesia?

Hoje é o Dia Mundial da Poesia! Ah, a poesia. Uma forma de expressão tão única, cheia de peculiaridades, que abarca tanto sentimento!
O meu primeiro livro de poesia foi publicado em novembro de 2013. Dei-lhe o título de "Amor à Letra", que representa bem a minha relação com as palavras, e escrevi-o sob um pseudónimo (Bella Viriato). Só por aqui se percebe a admiração que nutro pelo poeta Fernando Pessoa. É uma das personalidades que mais admiro, e ainda hoje penso como seriam as nossas conversas caso tivesse tido o privilégio de o conhecer. 

Mas como surgiu o meu livro de poesia?
De um blog. Simplesmente assim. E da necessidade de me expressar através da escrita.
Alimentei um blog privado durante alguns anos e era aí que escrevia poemas e pensamentos mais intimistas, ao contrário do que faço agora com o Luz e Poeira. Um dia decidi reunir alguns deles, melhorá-los, e uma editora de poesia aceitou publicá-los. No fundo, o livro é uma compilação de uma escrita poética que fui acumulando com o tempo. O que estava reservado só para mim passou a ser público e acessível a todos. A poesia é uma arte muito pessoal, diz muito de quem a escreve. Mas é moldável, adapta-se facilmente a diversos leitores. É interpretativa. A poesia, antes de ser escrita, já o é, só de ser pensada e sentida. Aceito a ideia de um artigo jornalístico desprovido de sentimento, mas não concebo a ideia de um poema sem alma. 


No dia da apresentação do livro pude contar com a presença de pessoas muito especiais para mim. Para além da família e amigos, convidei o meu professor de Português do 3º ciclo, que muito admiro, para apresentar o livro. Pude contar com a intervenção do responsável da Biblioteca Municipal de Portalegre e com o Grupo "Os Amigos da Poesia", que conferiu ainda mais encanto ao momento. Ser-lhes-ei sempre grata.

É engraçado. Foi um velho amigo que contribuiu para o meu despertar na poesia. Ele também escrevia muito e por vezes trocávamos ideias, pensamentos, poemas. E eu apreciava muito esse debate, essa troca de dúvidas e de saberes. Mas foi quando estudei Fernando Pessoa no secundário que me apaixonei por poesia. Não pelas métricas, não pelas rimas, mas pelo impacto que certas palavras tinham em mim. Identifico-me muito com os heterónimos Álvaro de Campos e Ricardo Reis, apesar de serem quase o oposto um do outro. Num a força, a azáfama, a personalidade, já no outro, a apatia, a resignação, o desapego. Fico feliz por saber que uma obra tão vasta está ao nosso dispor e é dada a conhecer nas escolas. Luís de Camões, Sophia de Mello Breyner, José Régio... há tantos poetas e tão bons. 

Apresento-vos um poema da minha autoria.

Poema 15 - "Amor à Letra"

Deixa-me ser triste ao fim da tarde
Como um poeta que perdeu as palavras.
Deixa-me ir morrendo no luto da meia-noite
Como um corvo fraco e faminto de alvorada.
Sei da mentira a verdade,
E pela verdade me vejo ré da razão.
Quase choro, quase queimo, quase atuo, quase enleio.
E na manhã, amar-te ainda assim;
Apartados do que é gente, presos ao que não sabemos ser.
O teu cigarro e eu já cinza, nua e arrefecida.
Adeus. Espero a tarde,
Essa tarde onde posso ser triste pensando em ti. 



O lançamento do livro na imprensa local:



Se tiverem curiosidade, "Amor à Letra" está disponível para venda no site poesiafãclube e podem dar uma espreitadela à página de facebook do livro: Amor à Letra. O livro contém 37 poemas e também está disponível em versão e-book. 

6 comentários:

  1. Já tive o prazer de o ler* Poemas deslumbrantes.

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  2. Eu sei, obrigada minha querida Diana ! :)

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  3. Os meus parabéns, e se é algo que gostas, continua :)

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  4. Acho que esta tua frase define completamente a poesia "não concebo a ideia de um poema sem alma. ", gostei muito.

    http://omeumundoaleatorio.blogspot.pt/

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    1. É bem verdade! Obrigada pelo teu comentário ;) beijinhos

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